quinta-feira, 21 de junho de 2012

Qual é a sua programação?

Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos, essas são as etapas naturais da vida. A inteligência humana nos difere de todos os demais seres vivos do planeta.
Nos reunimos em sociedade e estabelecemos normas e costumes. Curiosamente essa é a segregação que separa os seres humanos.
Quando nascemos, somos programados para agir em comunidade. Seguimos modelos estabelecidos e os mesmos estão para não serem questionados. Nos inculcam valores morais, éticos, religiosos, patriotismo, etc. Nos ensinam a alcançar objetivos idealizados para que a engrenagem continue funcionando.
Outro dia conversando com um amigo, acabei comentando que acho bonito o fato de comer sem o auxílio de talheres, pois quando era criança o fazia, mas logo era repreendido. Quando estive em Marrocos, vi os árabes comendo dessa maneira. Meu amigo achou nojento e logo repliquei, pois recordei imediatamente dos meus primeiros anos de vida. Comer com a mão é uma expressão natural, primitiva. Garfo, colher e faca são objetos que foram inventados por nós mesmos. Se vou a um restaurante e dispenso esse artifício, seria mal visto e chamaria a atenção de todos que estivessem ali. Esse é apenas um pequeno exemplo sobre nossa programação.
Antigamente as pessoas nasciam para se casarem e formarem família. Era outra ditadura, acompanhada de muitas outras. Pobre daquele que não chegasse a encontrar outra pessoa para cumprir essa norma. Ficava mal visto.
Há pessoas que não compreendem exatamente o significado do feminismo, acreditam de forma equivocada que é o antônimo do machismo. A pessoa feminista só luta pela igualdade de direitos, independente do gênero.
A mulher sempre assumiu um papel submisso na sociedade: casar, procriar, cuidar da casa, do esposo e da prole. Aceitava em silêncio as aventuras do marido com outras mulheres e estaria condenada para o resto da vida se fizesse o mesmo. As regras do matrimônio são várias e a fidelidade é algo que é imposto de maneira inflexível para ambos, mas nos olhos de deus e dos demais, existe o consentimento velado para o homem que é macho e essa é a sua natureza. Tudo são normas, sejam elas formais ou não, geralmente são hipócritas.
Muitas religiões e também governos fomentavam a formação de família numerosa. Oras, com tantos filhos para sustentar e cuidar não dava espaço para ninguém pensar. Inventaram até o romanticismo para não nos tornarem tão mecânicos.
O modelo social em que vivemos está feito para que sejamos infelizes como sempre. Nos inculcam uma série de objetivos e responsabilidades para que continuemos correndo para não chegar a lugar nenhum. Assim não pensamos e continuamos sustentando o topo da pirâmide.
Somos educados para "vencer na vida". Devemos ser aceitos e considerados pelos que estão ao nosso entorno. Ter dinheiro, bom emprego, um bom carro, alma gêmea, família de comercial de margarina, estar em boa forma e com a aparência impecável. Todos queremos ser ricos, bonitos e famosos. Desejamos amar (no conceito mais errado deste sentimento) reciprocamente. Nossa autoestima e felicidade são colocadas em lugares distantes. Quando atingimos algum desses objetivos, somos felizes... mas como são sentimentos mundanos, são efêmeros e logo se vão. E vem a infelicidade, a tristeza, a frustração.
Somos escravos dos nossos desejos e eles são impostos pela nossa cultura. Ignoramos a nossa realidade, a nossa essência. Quase ninguém aceita ser real e abrir os olhos e questionar. Estamos tão aferrados aos nossos sonhos que nos distraimos constantemente. Estamos colocando o que achamos importante para a nossa felicidade a quilômetros de nós mesmos.
Quando alguém pede ajuda para conseguir algo a Deus, sempre digo que tudo o que precisamos já foi nos dado quando nascemos. Só devemos procurar a forma de saber usá-lo.
A felicidade está dentro de nós. Se a procuramos em outra pessoa, isso não será felicidade. Se a procuramos em um bom emprego, isso não é felicidade. Se a procuramos no dinheiro, isso não é felicidade.... todos esses artifícios são perigosos. Pois acabamos dependendo deles para sermos felizes. É como uma droga. Por isso há tantas pessoas inseguras neste mundo, pois ainda não encontraram o que precisam dentro de si mesmas.
Não devemos condicionar a nossa vida a qualquer coisa que nos impeça de sermos o que somos.

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