sexta-feira, 13 de julho de 2012

Espanha não dará tratamento médico às pessoas irregulares

Espanha é um dos poucos países do mundo onde a saúde pública é universal. Qualquer cidadão que estiver em solo espanhol tem esse direito garantido, mas que devido as inúmeras reformas de reajustes realizadas pelo atual governo, essa norma está com os dias contados.
A partir do dia 1º de setembro, os imigrantes que estiverem na Espanha de maneira ilegal não poderão ser atendidos pelo sistema público de saúde. Segundo os médicos, isso poderá trazer um malefício a grande escala para a população geral. Pacientes com doenças infecciosas deixarão de receber tratamento, aumentando a probabilidade de expansão das mesmas ao resto da sociedade.
Essa medida cruel e mercenária parece justa para algumas pessoas, afinal o Estado espanhol não deve se ocupar de pessoas estrangeiras. "Temos problemas demais. Eles que voltem para os seus países."
Muitos dos pacientes infectados pelo vírus HIV que são tratados aqui são procedentes de países africanos, onde a doença mata milhões de pessoas a cada ano. É de conhecimento comum que na África, a pobreza e a falta de estrutura são fatores que determinam a sentença de morte a essas pessoas. Mas isso não é problema do governo espanhol.
A falta de solidariedade no ser humano em situações extremas é o reflexo da parte ruim que compõe a conduta instintiva. Muitas atrocidades foram cometidas contra os mais frágeis em contextos similares que se repetem ciclicamente, apenas com outros disfarces.
O Brasil também recebe imigrantes de outros países que buscam receber tratamento retroviral para combater o HIV e espero que apesar das infinitas dificuldades que o país tem pela frente, o governo nunca feche as portas para pessoas que estão em situações críticas. Quando falamos de saúde, não devemos olhar o documento de identidade se temos uma pessoa sofrendo na nossa frente.

Veja a matéria no portal do jornal El País.


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