domingo, 27 de janeiro de 2013

A tristeza é de todos


Costumamos medir o mundo com a nossa própria régua, é uma característica que está presente na maior parte dos seres humanos. A mesma régua é a mesma cela. A prisão que nos impede de crescer realmente e conviver realmente bem com o que nos é diferente. Nos reduzimos a mágoas e ingenuidades que são exclusivamente nossas. Assim fica difícil enxergar as estrelas com a consciência de que a lama é somente outra perspectiva da mesma janela.
Acompanhando as notícias nos portais de notícias sobre a tragédia ocorrida em Santa Maria-RS, li algumas matérias que informavam o pranto da presidente do Brasil que, quando soube do sinistro, cancelou a sua agenda no Chile e voltou imediatamente para prestar apoio pessoalmente às famílias das vítimas ( embora os familiares e amigos de pessoas que perderam a vida são igualmente vítimas) e em seguida li a enxurrada de críticas a Dilma Rousseff, colocando-a como hipócrita e estrategista. Provavelmente as pessoas que identificam a má fé em momentos tão difíceis como esses, são exatamente o que criticam.
Hoje entendi o desalento da presidente. Questionar o pranto dela é não sentir realmente consternação  pelo que aconteceu. Lamentar as centenas de mortes em uma tragédia dessa proporção não é um direito exclusivo para uns ou outros, é o comportamento natural de qualquer ser humano com o mínimo de sensibilidade.
Que esse fato sirva de lição para as prefeituras de todo o país, por isso é importante que os responsáveis sejam punidos severamente. Pois fatalidades acontecem, mas o que ocorreu ali, pelas informações dadas através dos veículos de comunicação, foi consequência da negligência por parte dos donos da casa e da admnistração pública competente.
O sentimento agora é de luto, mas espero que em breve não seja de indignação.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A beleza de ser eclético

Quando as pessoas perguntam sobre o meu gênero musical favorito, informo que sou eclético. E assim sou para as demais coisas que existem nesse universo infinito. Algumas afirmam que os que dizemos que gostamos de tudo, carecemos de critério e personalidade. Não me importo. Não há nada mais bonito e prazeiroso que poder apreciar o que está a nossa volta.
É claro que me identifico com algum estilo específico, mas isso não me impossibilita de apreciar os outros. Elitizar gosto é reduzir o campo. É puro condicionamento.
Esses dias escutei em uma festa, "Gatinha Assanhada", de Gusttavo Lima. Dancei e me diverti. Tenho muitos amigos que sairiam da pista porque recriminam esse tipo de música, não só desgostam, como detestam. E não se limitam em apenas odiar, mas tecem comentários que associam esse som a um grupo de pessoas, para eles, inferiores. É como se o que uma pessoa escuta determinasse de alguma forma o caráter ou comportamento dela. É reduzir demais a perspectiva. Os mesmos criticam, por exemplo, o fundamentalismo religioso. Não percebo, a curta distância, a real diferença.
Mas nada disso importa... cada um vive como sente o mundo. Gosto de blockbusters assim como adoro filmes cults. Às vezes até assisto alguns de série B. Leio livros desde a série Sabrina até Franz Kafka. Curto cidades e zonas, sejam rurais ou não. Gosto de cada coisa em seu contexto e muitas vezes, fora dele. Circunstâncias e situações. Só tento não perder nunca a oportunidade de uma boa reflexão e principalmente a de qualquer diversão. É belo comer um prato feito em qualquer restaurantezinho de beira de estrada como se estivesse em um desses restaurantes refinados totalmente elitizados. É muito bom jantar em um bom lugar, mas o mais importante é poder comer quando se tem fome.
É uma forma natural de espantar as amarguras. Não estou livre desses "pecados", mas tomo como um grande exercício a abertura da minha mente para tudo que é novo e já vem carregado de rótulos.